1. Estatuetas de Vênus | Natural History Museum Vienna
| 01 Julho 2022 | Blog | Por Mel Bandeira | Por dentro |
Conhecidos por trazerem poderes mágicos, sorte e proteção, os talismãs e amuletos são objetos que há muito acompanham a evolução da história humana. Ossos, conchas, dentes, cristais, garras, plantas ou artefatos confeccionados pelo homem como medalhas ou pequenas esculturas fizeram parte dos objetos de proteção e poder por milênios. O talismã é um objeto feito pelo homem e tem poderes ativos, geralmente facilitando a realização dos desejos de seu possuidor, já o amuleto, exerce uma função única protetora. As estatuas de Vênus encontradas em câmaras funerárias estão entre os talismãs mais antigos de que se tem notícia, datando de 25.ooo A.C. Acreditasse que as pequenas esculturas representavam a fertilidade e que eram uma idealização estética feminina do período Neandertal e Pré-histórico.
1. Venus de Brassempouy, Período Paleolítico.
O poder do Nilo
A civilização egípcia é muito rica em talismãs e desde de sempre foi uma das fortes fontes de inspiração para várias de nossas joias. O escaravelho, uma peça emblemática e uma das mais conhecidas, simbolizava a vida e era comum ser encontrada em forma de talismã em colares, anéis e outros adornos corporais no antigo Egito. O Ouroboros, a serpente que devora a própria cauda, fazia parte das iconografias egípcia, grega e mais tarde apareceu também em estudos alquímicos no período renascencentista. Encontrada pela primeira vez na tumba de Tutancâmon, o ouroboros representava a capacidade de renovação da vida a cada novo dia. Acreditava-se que a serpente poderia se renovar a cada manhã e por isso representava o eterno ciclo da vida.
1. Escaravelhos | Fonte: Metropolitan Museum
O Terceiro Olho
Outro símbolo recorrente na civilização egípcia e muito utilizado como talismã é o olho de Hórus. Associado ao “Terceiro Olho”, ele é a exata representação gráfica da região do nosso cérebro que abriga a nossa glândula pineal. René Descartes associava a glândula pineal ao nosso lado espiritual e a descreveu como um portal de conexão com o divino. Através do terceiro olho teríamos acesso a clareza e ao poder de criação sobre a nossa realidade.
1. Olho de Hórus em aragonita e cerâmica, 1070–664 A.C | 2. Olho de Hórus em faiança, 664–332 B.C | 3. Olho de Hórus em ouro, 332–30 B.C | Fonte: Metropolitan Museum
Astros Celestiais
Em busca de informações sobre si mesmas e orientação para os inevitáveis desafios da vida as pessoas há muito olham para a lua e as estrelas. Estes símbolos celestiais estão entre mais usados desde os remotos tempos como talismãs de proteção, sorte e amor duradouro. Por estar intimamente ligada a energia do feminino, a lua, era reverenciada como uma divindade feminina nas civilizações passadas e durante a era vitoriana era comum os casais recém-noivos receberem joias de lua crescente, como uma representação de seu amor eterno.
1.Pingente em ouro, pérolas e turquesa, era vitoriana| 2. Broche em rubis e diamantes, circa 1880 | 3. Broche Estrela em ouro, pedra da lua e diamantes | Fonte : Victorian Trading Co.
Fé, amor, esperança e sorte
Um dos símbolos da sorte mais conhecidos, o trevo de quatro folhas carrega em suas folhas diferentes significados além da sorte; a fé, o amor e a esperança. Marca registrada da cultura irlandesa, acredita-se que para cada 10.000 trevos com três folhas apenas 1 apresente quatro folhas, por isso são tão raros e representam a sorte. Outro fato curioso é que eles são vistos em maior número na Irlanda, aonde é comum ouvir a expressão “sorte de irlandês”.
1.Pingente em ouro, esmeraldas e diamantes, era vitoriana| 2. Relógio em prata com aplicação de esmalte, circa 1896 | Fonte : 1stDIBS
A magia que vem do mar
As conchas têm sido um símbolo da beleza feminina e seu uso em colares e outros adornos como pentes e espelhos remonta à Idade da Pedra. Além da beleza, os talismãs feitos de concha representam a prosperidade, abundância e estão associados a deusa Vênus. Já na idade média a concha era usada como símbolo de salvação e proteção para os peregrinos.
A energia das letras
Os monogramas são siglas formadas por uma ou várias letras, conjuntas ou entrelaçadas e ou elementos gráficos que formam um símbolo. Com suas raízes ligadas ao Cristianismo, os monogramas representavam status e símbolos de proteção. Os primeiros exemplos conhecidos são gregos e datam de 350 A.C. Na idade média representavam poder e autoridade e eram comumente usados por militares, realeza e clero. Na época vitoriana, os monogramas apareciam para diferenciar os casacos e pertences deixados nas chapelarias de teatros e hotéis. Em meados do século 20, os monogramas retornaram em objetos pessoais como itens de enxoval como lenços e toalhas. Hoje em dia os monogramas voltam a tona trazendo também personalidade e exclusividade a joias e acessórios.
1. Aplicação de Monograma em moedas, era vitoriana| 2. Anel signete com monograma, século VI | Fonte : Christies e Walters Art Museum
Nós acreditamos no poder dos talismãs e criamos cada uma de nossas joias pensando na força e na energia dos símbolos que eles carregam. Ao escolher um talismã para chamar de seu é importante identificar a intenção que se busca ao usá-lo. Seja em busca de proteção, abundância, sorte, amor eterno, saúde ou poder pessoal os talismãs são poderosos objetos capazes de produzirem uma conexão com o que se deseja. Nossos anéis, pingentes, brincos, colares e escapulários buscam aflorar essa ligação mágica e o poder pessoal de cada um de nós.
Conheça nossos talismãs e escolha o seu!
Fique de olho no nosso próximo, Por Dentro, até lá.
Referências:
JUNG, C. G. O Homem e Seus Símbolos
NOZEDAR, A. The Element Encyclopedia of Secret Signs and Symbols
TAIT, H. 7000 YEARS OF JEWELLERY
“Seven Meaningful Motifs in Victorian Jewelry”. Bejeweled, Bejeweled, 2017, https://www.bejeweledmag.com/seven-meaningful-motifs-victorian-jewelry.
“Victorian Turquoise Crescent Moon Star”. The Three Graces Fine Jewelry, The Three Graces Copyright, 2002- 2019, https://www.georgianjewelry.com/items/show/18694-victorian-turquoise-crescent-moon-star.
“The Symbolism of Crescent Moon Jewelry”. Victorian Trading Co. https://victoriantradingco.wordpress.com/2019/08/15/victorian-moon-jewelry/
A criatividade sempre esteve presente na vida de Mel Bandeira e o caminho para o design de joias aconteceu de forma natural. Graduada em Desenho Industrial com habilitação em Design de Produto e especialização em Design de Joias, a designer trabalhou por mais de quinze anos para empresas do setor tanto no Brasil quanto no exterior. Em quase uma década vivida em Londres, Mel trabalhou para empresas de acessórios, bijuterias, joias e alta joalheria. A bagagem na área foi sendo construída através de cursos sobre técnicas de ourivesaria, design, modelagem 3D, gemologia e atuação na indústria joalheira. Desde 2016, após seu retorno ao Brasil, assina sua própria linha de joias mesclando técnicas da joalheria tradicional às mais novas tecnologias da área com delicados talismãs para o dia a dia – Joias com significado e alma.